
Como é que elas fazem? Não tem mulher que assista ao incessante desfile global de celebridades que não se pergunte como elas ficam cada vez mais magras. Aliás, tanto que às vezes produzem o efeito cabeção – a cabeça parece maior em relação a um corpo excessivamente emagrecido, uma silhueta também chamada de mulher-pirulito, o oposto de melancias, jacas e outras extravagâncias tropicais. Em primeiro lugar, relembre-se, mulheres famosas do mundo do espetáculo conquistaram um lugar no topo da pirâmide porque são naturalmente bonitas, afinadas com os padrões de beleza do momento e muito disciplinadas para manter o corpo exigido em seu meio profissional. Em segundo, como não é raro, elas mentem: juram que tomam muita água, fazem umas aulinhas de ioga ou de pilates, seguem uma alimentação saudável sem se privar de quase nada. A realidade, quando arrancada das profundezas de uma confraria que inclui nutricionistas, médicos, personal trainers e gurus malucos, é bem mais sofrida. Os corpos do tapete vermelho demandam programas espartanos de exercícios, lipoaspirações nunca assumidas e dietas e truques impensáveis. No recém-lançado livro The Black Book of Hollywood Diet Secrets (algo como O Livro Negro das Dietas Secretas de Hollywood), Kym Douglas e Cindy Pearlman, duas experientes observadoras de famosos, mostram do que as estrelas são capazes para manter a forma. Jogar sal em excesso ou açúcar na comida, para estragar o gosto e não cair na tentação de comer tudo, é uma das táticas insanas já notadas em restaurantes. Passar o dia ingerindo apenas aspargo com salsinha e ameixa seca, acreditam, desincha. Exercícios físicos devem ser feitos pela manhã, de estômago vazio, ao menos seis vezes por semana, durante duas ou mais horas por dia. Antes de um jantar de gala, uma saladinha temperada com bastante vinagre – "Acaba com a ânsia por comida e previne o ataque à cesta de pães", diz o livro.
São, todas, informações arrancadas a saca-rolhas. Da boca das magérrimas, emagrecer é moleza. A atriz Mischa Barton, 23 anos, a finíssima Marissa do extinto seriado O.C., deixou a trama em 2006 e relaxou – a certa altura, foi flagrada com indícios de celulite sob a minissaia. Entrou em regime de enxugamento tão radical que, pelas contas dos tabloides ingleses, baixou três tamanhos de roupa em três meses e caiu no outro extremo do dilema das famosas (quando não estão gordas, segundo os fofoqueiros, são anoréxicas). "Estou mais feliz e mais saudável do que nunca. Só ando prestando atenção no que como. Cortei um pouco os alimentos gordurosos", declarou Mischa. Pronto – só isso. Outra que não abre o jogo é Victoria Beckham. Da adolescente cheinha ela só mantém, aos 36 anos e mais magra do que nunca, o biquinho. Atribui o milagre a genética, cremes e massagens. Naturalmente destinada a ter coxas e quadris majestosos, Jennifer Lopez levou mais de um ano, depois de ter os filhos gêmeos, para ficar quase irreconhecível de tão magra. Conta que a virada começou seis meses após o parto, quando participou de um minitriatlo em Los Angeles: "Quis conseguir fazer de novo". Não especificou o quê, mas as fotos recentes dizem tudo. O aumenta-encolhe é tão frequente que já estabeleceu até um protocolo: quando estão esbeltas, as estrelas exploram ao máximo o corpo fabuloso; se ganham uns quilinhos, culpam a "mídia" por não lhes dar trégua e se transformam, até o próximo emagrecimento, em heroicas porta-vozes das mulheres comuns. O script foi seguido à risca pela cantora americana Jessica Simpson, 28 anos e corpo espetacular, impiedosamente emagrecido com dieta de South Beach e uma planilha de duas horas diárias de exercícios que incluía corrida, agachamento, flexão e peso, só de recursos confessados. Em fevereiro, causou comoção mundial ao se exibir com um ingrato jeans de cintura alta e vários quilos a mais. "Já aconteceu de minha calça abrir de cima a baixo quando me curvei para alcançar uma nota", disse num show, brincando com as críticas a seu físico e a seus dotes vocais. Ressurgiu gloriosa (e photoshopada) na capa mais recente da revista Vanity Fair.
São, todas, informações arrancadas a saca-rolhas. Da boca das magérrimas, emagrecer é moleza. A atriz Mischa Barton, 23 anos, a finíssima Marissa do extinto seriado O.C., deixou a trama em 2006 e relaxou – a certa altura, foi flagrada com indícios de celulite sob a minissaia. Entrou em regime de enxugamento tão radical que, pelas contas dos tabloides ingleses, baixou três tamanhos de roupa em três meses e caiu no outro extremo do dilema das famosas (quando não estão gordas, segundo os fofoqueiros, são anoréxicas). "Estou mais feliz e mais saudável do que nunca. Só ando prestando atenção no que como. Cortei um pouco os alimentos gordurosos", declarou Mischa. Pronto – só isso. Outra que não abre o jogo é Victoria Beckham. Da adolescente cheinha ela só mantém, aos 36 anos e mais magra do que nunca, o biquinho. Atribui o milagre a genética, cremes e massagens. Naturalmente destinada a ter coxas e quadris majestosos, Jennifer Lopez levou mais de um ano, depois de ter os filhos gêmeos, para ficar quase irreconhecível de tão magra. Conta que a virada começou seis meses após o parto, quando participou de um minitriatlo em Los Angeles: "Quis conseguir fazer de novo". Não especificou o quê, mas as fotos recentes dizem tudo. O aumenta-encolhe é tão frequente que já estabeleceu até um protocolo: quando estão esbeltas, as estrelas exploram ao máximo o corpo fabuloso; se ganham uns quilinhos, culpam a "mídia" por não lhes dar trégua e se transformam, até o próximo emagrecimento, em heroicas porta-vozes das mulheres comuns. O script foi seguido à risca pela cantora americana Jessica Simpson, 28 anos e corpo espetacular, impiedosamente emagrecido com dieta de South Beach e uma planilha de duas horas diárias de exercícios que incluía corrida, agachamento, flexão e peso, só de recursos confessados. Em fevereiro, causou comoção mundial ao se exibir com um ingrato jeans de cintura alta e vários quilos a mais. "Já aconteceu de minha calça abrir de cima a baixo quando me curvei para alcançar uma nota", disse num show, brincando com as críticas a seu físico e a seus dotes vocais. Ressurgiu gloriosa (e photoshopada) na capa mais recente da revista Vanity Fair.

Para emagrecer, Hollywood toma litros de café, porque cafeína diminui a fome. Mais perigosamente, Paris Hilton, Britney Spears e Nicole Richie, em suas variadas ocorrências policiais, portavam receitas de um remédio controlado usado no tratamento de distúrbio de déficit de atenção, que tem a perda de apetite como um dos efeitos colaterais. A cantora Beyoncé, com histórico de luta contra a balança e inesperada sinceridade, contou que perdeu 6,5 quilos em dez dias para o filme Dreamgirls graças a uma dieta conhecida como "limpeza máster", que consiste em bebericar (e nada mais) uma mistura de água, xarope de maple, suco de limão e pimenta-caiena em pó. O encolhimento a jato é, evidentemente, um mau exemplo. "Como são formadoras de opinião, atrizes e cantoras criam expectativa de resultados iguais nas pacientes", reclama Aloizio Faria de Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Estética. "Muitas mulheres que a gente tem como mito de beleza não são pessoas saudáveis. Ninguém ganha massa muscular ou emagrece da noite para o dia sem usar algum aditivo. Os corpos que a gente vê no Carnaval, sinceramente, não existem", diz a atriz Deborah Secco, que provou no corpo os perigos dos métodos pouco ortodoxos (veja seu depoimento completo). "Na véspera de um trabalho importante, é muito comum o uso de diuréticos, como o Lasix. Algumas chegam a tomar por dois ou três dias direto", confidencia, sob proteção de identidade, um conhecido empresário de beldades. "Os chás diuréticos e laxativos também estão bastante na moda. E a lipinho anual não sai de cena: é mais prática que qualquer dieta", diz um personal trainer carioca que circula há anos no meio artístico.
Entre os recursos médicos para emagrecer depressa, a terapia mais em voga é a ortomolecular, e a médica carioca Heloisa Rocha, sua autoridade máxima, é a responsável por ter secado a silhueta de Priscila Fantin, Juliana Paes, Paola Oliveira e Luíza Brunet, entre outras. Como a ortomolecular não é reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal de Medicina, Heloisa prefere chamar seu método de terapia antioxidante. No mercado da beleza, corre que o sucesso de seu tratamento está mesmo é nas "bolinhas", como são chamados os moderadores de apetite, que ela não nega receitar. "Mas só quando eles são muito necessários mesmo. Não quero ver paciente usando a medicação como bengala", diz. Heloisa credita seus bons resultados às fórmulas e ao programa de alimentação que prescreve. "O organismo passa a funcionar bem. A garcínia tira a vontade de comer doce; o cromo melhora o metabolismo; e o óleo de prímula ajuda a combater a retenção de líquido", enumera. Uma consulta custa 500 reais. Na medicina tradicional, o tratamento não é bem visto. "Ortomolecular não emagrece. E um dos perigos da fórmula é não ter bula", diz Amélio Godoy, que faz parte da comissão internacional da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.
Há truques mais inocentes no mundo das magras e famosas. Um deles é, quando sentir fome, escovar os dentes: o gosto da pasta dá a sensação de acabar de fazer uma refeição. O instrutor físico Richard Giorla, que já trabalhou com Jennifer Lopez, sugere que se carregue um vidrinho de óleo de grapefruit para tomar e – num passe de mágica – matar a vontade de comer. Em restaurantes, pede-se ao garçom tirar o prato assim que se considere que está satisfeita (algo muito diferente de sem fome). O bronzeamento artificial tem um dom ilusionista, e 35% das mulheres se acham mais magras quando estão bronzeadas. Por último, para quem realmente tiver vocação masoquista, fica o caso da patética estrelinha citada no Livro Negro das Dietas que uma vez por semana vai a uma doceira de Beverly Hills, pede uma fatia bem grande de torta de chocolate, olha para ela durante meia hora, toma água e vai embora. Olhar, afinal, nunca tirou – ou, no caso, adicionou – pedaço.
Entre os recursos médicos para emagrecer depressa, a terapia mais em voga é a ortomolecular, e a médica carioca Heloisa Rocha, sua autoridade máxima, é a responsável por ter secado a silhueta de Priscila Fantin, Juliana Paes, Paola Oliveira e Luíza Brunet, entre outras. Como a ortomolecular não é reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal de Medicina, Heloisa prefere chamar seu método de terapia antioxidante. No mercado da beleza, corre que o sucesso de seu tratamento está mesmo é nas "bolinhas", como são chamados os moderadores de apetite, que ela não nega receitar. "Mas só quando eles são muito necessários mesmo. Não quero ver paciente usando a medicação como bengala", diz. Heloisa credita seus bons resultados às fórmulas e ao programa de alimentação que prescreve. "O organismo passa a funcionar bem. A garcínia tira a vontade de comer doce; o cromo melhora o metabolismo; e o óleo de prímula ajuda a combater a retenção de líquido", enumera. Uma consulta custa 500 reais. Na medicina tradicional, o tratamento não é bem visto. "Ortomolecular não emagrece. E um dos perigos da fórmula é não ter bula", diz Amélio Godoy, que faz parte da comissão internacional da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.
Há truques mais inocentes no mundo das magras e famosas. Um deles é, quando sentir fome, escovar os dentes: o gosto da pasta dá a sensação de acabar de fazer uma refeição. O instrutor físico Richard Giorla, que já trabalhou com Jennifer Lopez, sugere que se carregue um vidrinho de óleo de grapefruit para tomar e – num passe de mágica – matar a vontade de comer. Em restaurantes, pede-se ao garçom tirar o prato assim que se considere que está satisfeita (algo muito diferente de sem fome). O bronzeamento artificial tem um dom ilusionista, e 35% das mulheres se acham mais magras quando estão bronzeadas. Por último, para quem realmente tiver vocação masoquista, fica o caso da patética estrelinha citada no Livro Negro das Dietas que uma vez por semana vai a uma doceira de Beverly Hills, pede uma fatia bem grande de torta de chocolate, olha para ela durante meia hora, toma água e vai embora. Olhar, afinal, nunca tirou – ou, no caso, adicionou – pedaço.

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